quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Minas a Montevideo








Hora Saída: 8h30
Hora Chegada: 15h20
Distância: 112 quilômetros

O hotel onde me hospedei era 3 estrelas (o cliente e mais duas no céu). Havia apenas pão e um bolo seco para comer. O leite do café acabou, o que foi resolvido 10 minutos depois, quando voltaram de algum mercado trazendo o produto. Na saída, usei a lógica e voltei pelo caminho qual entrei. Eu estava errado, era para o outro lado.

Nesta minha viagem tenho encontrado pessoas de todos os tipos, mas a grande maioria é solícita. Eu não comentei, mas não consegui enviar as fotos no dia anterior por não ter encontrado um cabo de conexão de internet e meu notebook de 10'' não tem wireless. Normalmente nestes casos vou a uma lan house e resolvo, mas ontem não foi possível, pois o camarada me enxotou de
seu estabelecimento, dizendo que minha máquina poderia desconfigurar sua rede, que é por antena. Tenho, por segurança, um pen drive onde salvo todos os meus arquivos, mas não sei a senha da conta de email que uso e que suporta o envio de fotos, que é automática em minha máquina.

Explicações à parte, peguei novamente a Ruta 8 no sentido a Montevideo. O dia estava perfeito para pedalar, sem vento e com uma temperatura muito agradável (neste momento lembrei daquela música "e se teu amigo vento não te procurar, é por que multidões ele foi arrastar...” Não lembro quem cantava , mas este refrão não saia da minha cabeça).

Os primeiros quilômetros foram uma festa. No KM 38, porém, senti uma queda de pressão e um mal estar. Inicialmente pensei que poderia ter sido algo que comi, mas logo percebi que meu organismo estava mandando algum recado. Diminui o ritmo para ver se haveria alguma reação, mas a situação só piorou. Parei, comi uma maçã e despejei água sobre a minha cabeça. Quinze minutos depois, já em melhores condições, continuei a pedalada num ritmo mais lento.

Até o KM 55 a rodovia está em péssimo estado, sendo impossível andar no acostamento. O trânsito mais intenso requereu maior atenção. Até o momento, o único susto que levei foi com um veículo brasileiro que passou muito perto de mim. Mais adiante havia um carro com problemas mecânicos parado no acostamento. Procurei pelo motorista e o localizai mais adiante. Perguntei se ele precisava de ajuda. Me disse que não, que tinha chamado o socorro, só não sabia informar em que quilômetro estava. Eu tinha a informação e lhe passei. Ele me agradeceu e segui adiante. Aquele ato me deu uma alegria muito grande; como é bom ser útil!

Aqui, os estados são muito pequenos. Passei por Lavalleja (a capital é Minas), Canelone e finalmente Montevideo. Algo interessante a observar no Uruguai é a quantidade de carros antigos, muitas preciosidades abandonadas ao relento. Para quem gosta de ferrugem é um deleite. A chegada a Montevideo é de certa forma comparada a São Paulo pelo trânsito confuso, pessoas indo e vindo, sujeira e outros. Num posto de gasolina avistei um táxi e pedi informação sobre hotéis. Ele prontamente me respondeu. Logo apareceu outro taxista que começou a reclamar com ele, dizendo que estava perdendo tempo. Pude perceber que aquilo não era um posto, e sim a saída de uma empresa de táxis. Coisas da vida.. Às 15h20min encostei minha "viatura" na frente de um hotel, talvez quatro estrelas. Uma beleza!

Como hoje o pedal foi tranqüilo, pude refletir sobre os sete dias em que estou pedalando e algumas frases me vieram à mente.

1 - Olhando de longe , toda subida é maior do que realmente é.

2 - Nunca desista dos seus sonhos , por mais impossíveis que sejam.

3 - Nossos sonhos nada mais são que mensagens recebidas.

4 - Um dia pode ser difícil, dois dias podem ser difíceis, três dias podem ser difíceis, mas o quarto dia pode ser de colheita.

5 - A verdade que buscamos está dentro de cada um de nós.

6 - Não existem inimigos, existem apenas elementos que dificultam nossa caminhada, o que é ótimo para nosso crescimento.
Meu email de contato durante a viagem: pedalandopelaamerica@hotmail.com